Falta de Sol

Falta de Sol

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Junto com a friaca que chegou em São Paulo essa semana, bateu uma saudade louca do Recife e de Olinda. Foi só começar a me esquentar pra afugentar o frio que meu baú de memórias trincou e se abriu. E se derreteu em saudade.

Saudade das nossas frutas, do nosso ar com cheiro de sal.

Das ruas de Casa Caiada, do sorvete de cajá na Praça Doze de Março.

Da Praça da Preguiça, do forró de rabeca. Da macaxeira com queijo coalho lá da Casa de Noca.

Do pôr-do-sol: do alto da ladeira da Sé, o Recife a avermelhar.

Saudade do Capibaribe de pescadores e garças e dos mangues emoldurando a rua da Aurora. Do Parque 13 de Maio, do bar Central. De qualquer sábado à tarde na Casa de Banhos.

Saudade de molho de pimenta e pote de farinha de mandioca na mesa dos botecos.

Saudade de caminhar sobre as pontes, assistindo o povo de tarrafa pescar siri e peixe pequeno.

Dos mercados do Recife: São José, de comprar sururu; Boa Vista das farras diurnas; Madalena das comilanças de fim de noite.

Ah, e saudade do termômetro na praia marcando 32° C à noite.

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[ouvindo “Falta de Sol”, da banda Eddie, no disco Original Olinda Style]