Blog de Asas

É por aqui que eu escrevo pelos cotovelos. É por aqui que eu falo pela língua, pelos poros, pelos pelos e pelos dedos. Política, literatura, culinária e o que mais ocorrer.

O homem vai, sua luta fica: Plínio, presente!

Para além da transformação do Mineirão em “Mineiruller”, a tragédia do futebol nacional vivida hoje, o eterno retorno nietzscheano da derrota em casa, diante de todos e de uma torcida começou a falar de “campeão voltou” muito cedo (o Maracanazzo do séx. XXI) me abati com a notícia da morte de Plínio Arruda Sampaio, ocorrida hoje em São Paulo.

Plínio iniciou a militância política no movimento estudantil de esquerda ainda nos anos 1950, e participou da vida política do país desde então. Foi o deputado federal encarregado de ser o relator do projeto de Reforma Agrária que integrou as “Reformas de Base” do presidente João Goulart. Talvez por isso estava na primeira de lista de 100 brasileiros que tiveram seus direitos políticos cassados nos primeiros dias pós Golpe de 1964.

Ouvi falar pela primeira vez de Plínio nos anos 2000, durante a minha militância no movimento estudantil; tive a oportunidade de ouvi-lo duas vezes como palestrante, uma em 2004 e outra em 2005. Na primeira vez ele participava de um debate sobre a conjuntura do país (e avaliação do 1º ano do governo Lula, onde já se posicionava de forma bastante crítica, principalmente com as metas da Reforma Agrária) na Universidade Federal do Paraná durante o Encontro Científico dos Estudantes de Medicina (ECEM) em 2004. Na outra vez foi num debate de tema semelhante num Congresso da União Nacional dos Estudantes, meses antes de Plínio de desfiliar do PT e participar da fundação do PSOL. Lá, de posse de uma máquina fotográfica de filme,  fiz questão de registrar o momento.

Congresso da UNE, 2005

 

Plínio despertou meu respeito, admiração e  simpatia prontamente, pelo seu impressionante vigor intelectual, pela disposição para o debate, pelo que representava (e representa) para a história do nosso país e para a história das lutas dos camponeses, trabalhadores e estudantes. Nem sempre concordei com suas posições, mas durante muito tempo em vida foi uma referência importante para mim e para tantos brasileiros. Fica a falta. Fica a memória. Fica a luta!

Plínio, presente!

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